Numa pesquisa recente na internet sobre a Sony, por casualidade apareceu-me notícias sobre o lançamento e aniversário do Walkman do qual eu fui um utilizador.
Eis a notícia publicada no Jornal Público na data de 30 de Junho de 2009:
Walkman faz 30 anos
O primeiro modelo do mais popular leitor portátil de cassetes chegou às lojas há 30 anos. O aparelho era azul e cinzento – e substancialmente maior do que qualquer moderno leitor de áudio.
O Walkman foi o primeiro aparelho a massificar a música portátil. Mas, no que à tecnologia diz respeito, está longe de ter sido pioneiro.
Os leitores portáteis de cassetes existiam há anos. O Walkman teve o mérito de ser um aparelho barato, prático (para os padrões da altura) e, sobretudo, bem publicitado pela Sony.
A 1 de Julho de 1979, o Walkman chegou às lojas japonesas (mesmo antes das férias de Verão dos estudantes e com o objectivo de captar um público jovem). Não muito depois, o aparelho foi distribuído por outros mercados.
O primeiro mês após o lançamento foi decepcionante: apenas três mil unidades foram vendidas e a imprensa e os comerciantes começavam a duvidar do sucesso da ideia. Mas a Sony reagiu rapidamente com um grande esforço de marketing.
Como forma de campanha, a Sony ofereceu Walkmans a celebridades para que estas o usassem. Os funcionários das lojas também tinham Walkmans e incentivavam os clientes a experimentá-los. E os próprios funcionários da Sony passeavam-se pelas ruas japonesas com um Walkman. A empresa teve ainda de combater a má imagem associada aos grandes auscultadores (que, mais tarde, chegaram a ser moda).
A estratégia deu resultados: as vendas dispararam, as primeiras 30 mil unidades produzidas esgotaram no final de Agosto e, antes do fim do ano, o produto era um sucesso e estava pronto para marcar o mundo da música da década de 80.
Depois do primeiro Walkman, seguiram-se vários modelos com a mesma marca. E a designação não se esgotou nos leitores de cassetes – foi usada para outros leitores de áudio da Sony, incluindo leitores de CD, de mini-discs (uma tecnologia que nunca vingou) e nos modernos leitores digitais.
Recentemente, a BBC fez com que um adolescente de 13 anos usasse durante alguns dias o primeiro modelo do Walkman em vez do habitual iPod. Foram precisos três dias para que o jovem descobrisse que a cassete tinha dois lados.
Só no final do ano de 1980, é que adquiri um aparelho Walkman que me deu muitos milhares de horas de música em "movimento". O aparelho que adquiri vinha com as cores originais azul e prateado, modelo TPS-L2, com a utilização dos auscultadores permitiu a explosão do som individual, só ouvíamos o que nos interessava e gostávamos sem incomodar a "vizinhança".
A utilização deste aparelho também mudou muito o aspecto visual das pessoas na rua, passou a ser cada vez mais comum ver as pessoas de auscultadores na cabeça, o respectivo fio que descia para um lado um outro do corpo para encaixar no leitor, normalmente ficava num bolso ou preso ao cinto.
Penso que também aumentou a importância dada às musicas gravadas em cassete, eu próprio adquiri muitas originais em vez de comprar discos, depois havia as trocas e as gravações das celebres listas que emprestávamos uns aos outros.
Anos mais tarde, com a mudança de aparelhagem, deixei de ter um gravador de cassetes e passei a ter um leitor de CD, a pouco e pouco foi perdendo a importância até que um dia me desfiz do Walkman e de todas as cassetes.
Com saudade, recordo as centenas ou milhares de horas a ouvir música em frente ao mar, o melhor dos dois mundos, a observação acompanhada de bela música.
FITA CASSETE OU COMPACT CASSETE, é um padrão de fita magnética para gravação de áudio lançado oficialmente em 1963, invenção da empresa holandesa Philips. Também é abreviado como K7.
O cassete era constituída basicamente por 2 carretéis, a fita magnética e todo o mecanismo de movimento da fita alojados numa caixa plástica, isto facilitava o manuseio e a utilização permitindo que a fita fosse colocada ou retirada em qualquer ponto da reprodução ou gravação sem a necessidade de ser rebobinada como as fitas de rolo. Com um tamanho de 10 por 7 cm, a caixa plástica permitia uma enorme economia de espaço e um excelente manuseio em relação às fitas tradicionais.
FOTOS, algumas das fotos publicadas foram obtidas na Wikipédia e no site da Sony.
O interior |
A Cassete, 10 por 7 cm |
Vista de frente |
Comandos |
Esta é a minha figura "normal" de ouvinte de Walkman nos finais de 1982, nesta foto guardava o aparelho num dos bolsos do blusão, normalmente ficava preso no cinto.
Cai a chuva abandonada
à minha melancolia,
a melancolia do nada
que é tudo o que em nós se cria.
Memória estranha de outrora
não a sei e está presente.
Em mim por si se demora
e nada em mim a consente
do que me fala à razão.
Mas a razão é limite
do que tem ocasião
de negar o que me fite
de onde é a minha mansão
que é mansão no sem-limite.
Ao longe e ao alto é que estou
e só daí é que sou.
["Cai a Chuva Abandonada" em "Conta-Corrente 1" (1980), Vergílio Ferreira (1916-1996)]
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