segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Cidade de Angra do Heroísmo, Ilha Terceira, Açores



Entre as estadias em instalações da Marinha, moramos em 3 lugares diferentes na cidade de Angra do Heroísmo, primeiro moramos em São Bento, em segundo moramos na Rua do Morrão e em terceiro moramos na rua do Faleiro até ao fim da comissão de serviço e regresso ao Continente.
Todos os locais eram diferentes no estilo mas o meu favorito foi morar na Rua do Faleiro cuja casa além de ser melhor que as anteriores, ficava numa colina e tinha um terraço com vista espectacular sobre o centro da cidade, o porto, a baía, o Monte Brasil e por inerência o mar sempre presente. Ficava a 2 minutos do centro da cidade.

A série "O Homem e a Cidade" produzida pela RTP em 1996 dedicou um dos episódios à Cidade de Angra do Heroísmo - "Angra Imperial e Heróica", veja o vídeo aqui.


ENSINO BÁSICO, fui matriculado na escola do Tenente Areias que ficava na Rua de Santo Espírito. A escola ficava no 1.º andar e tinha nas traseiras um grande espaço para recreio. A escola era em open space com as turmas todas à vista uma das outras, como aluno da 4.ª classe tinha também a incumbência de escrever no quadro os textos e trabalhos de casa para as classes inferiores, havia sempre uma cadeira junto a cada quadro para onde subíamos para começar a escrever no topo do quadro. Fiz o exame da 4.ª classe nesta escola e passei.

MELHOR AMIGO, o meu melhor amigo chamava-se José Augusto e também frequentava a mesma escola, convém referir que com tantas mudanças era muito difícil ter amigos mas as crianças vão-se adaptando e nesse aspecto a escola era muito importante para a confraternização. O José Augusto era filho do Director da Alfândega e a sua casa ficava no edifício da alfândega no lado oposto aos escritórios da Alfândega. A melhor recordação que tenho dessa casa era que para além de ser grande tinha um corrimão largo em madeira do 1.º andar para o rés-do-chão no qual passávamos horas a escorregar. Após ter vindo para o Continente perdi totalmente o contacto.

TOURADAS À CORDA, nas touradas à corda em Angra tenho 2 lembranças, no Alto das Covas o meu pai esteve pendurado num candeeiro largos minutos com o touro a cheirar os sapatos, a outra lembrança foi de um touro entrar numa taberna e de alguma forma bebeu vinho que teve depois um comportamento irregular.

FOTO, a foto inicial que publico apesar da sua má qualidade mostra Angra no ano de 1962.

Foto de Angra tirada em 1988, comparando com a foto inicial permite identificar algumas diferenças para além da cor.
Foto de Angra tirada em 2009, já incluí a marina.

Rua do Morrão e a casa onde moramos




Rua do Faleiro e a casa onde moramos






















"(...) Quisera poder enfeixar nesta página emotiva o essencial da minha consciência de ilhéu. Em primeiro lugar o apego à terra, este amor elementar que não conhece razões, mas impulsos; e logo o sentimento de uma herança étnica que se relaciona intimamente com a grandeza do mar. (...)"

[V Centenário do Descobrimento dos Açores (1932), artigo com definição do conceito "Açorianidade" , Vitorino Nemésio (1901-1978)]


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