sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Eu e o mar



Nasci em Lisboa num local muito conhecido em São Sebastião da Pedreira. Parte da minha infância foi passada nos Açores concretamente na Ilha Terceira no período de 1960 a 1965, essa fase marcou-me muito (só muito mais tarde é que dei por isso), entre outros, passei a gostar imenso do mar – continua a ser um dos melhores calmantes para mim.
Para mim o mar tem algo de humano porque espelha as várias fases porque todos passamos: calmo, amigo, agitado, revolto, zangado, bravo, etc.
A foto inicial que publico reproduz um dia de tempestade com o mar muito bravo a “abraçar” o cais do porto de Angra do Heroísmo, para quem conhece o mesmo pode imaginar …

Recordação de pessoas simpáticas e amigas

Fomos de barco para os Açores, quando chegamos a Angra do Heroísmo na altura os barcos ficavam ancorados ao largo do porto e as pequenas embarcações locais é que transportavam os passageiros e a carga, por vezes com graves riscos de vida, nesse dia o tempo não estava muito bom e chegamos todos molhados (pai, mãe, eu e irmão mais novo) ao cais do porto. O meu pai tinha que se apresentar na capitania para receber instruções, ficamos ali à espera, passados uns minutos uma senhora veio ter connosco a convidar-nos para irmos para casa dela para mudar de roupa e descansar e para não nos preocuparmos que alguém avisaria o meu pai onde estávamos. Após alguma insistência lá fomos para casa da senhora, tomamos banho, mudamos de roupa e comemos. Passado uma hora e tal lá apareceu o pai, ficamos lá ainda algum tempo antes de irmos para o nosso destino.
Ficamos amigos dessa senhora e família.
São acções e atitudes que nunca se esquecem.

Comparações entre passado e presente

A próxima foto foi tirada por mim em 2009 ao antigo cais do porto de Angra do Heroísmo actualmente integrado na marina.

Antigo cais do porto de Angra do Heroísmo actualmente integrado na marina.




“Sou ilhéu; e, tanto ou mais do que a ilha, o ilhéu define-se por um rodeio de mar por todos os lados. Vivemos de peixe, da hora da maré e a ver navios…”

[Livro "Corsário das Ilhas" de Vitorino Nemésio (1901-1978)]



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