segunda-feira, 23 de julho de 2018

A América tem a U.S. Route 66, nós temos a Estrada Nacional 2 (N2)


Na sequência de notícia acerca da Estrada Nacional n.º 2 ser a maior estrada nacional, ligando Trás-os-Montes ao Algarve, veio-me à lembrança as inúmeras vezes em que desejei fazer a estrada americana Route 66, quase de costa a costa dos Estados Unidos, calmamente, visitando todos os lugares interessantes. Enfim, este desejo surge sempre na sequência de cenas de filmes onde é referida ou mostrada a Route 66, com o filme Easy Rider à cabeça.

Se a América tem a Route 66, nós temos a Nacional 2 (N2).

Também deverá ser uma boa viagem turística, ir de uma ponta a ponta de Portugal, ou seja de Norte ao Sul ou vice-versa. Estive a pesquisar em sites de viagens, encontrei bastantes relatos de viagem, a maioria feitas de moto, com a duração entre 3 a 5 dias, ou seja, calmamente com as visitas aos pontos turísticos.

Pessoalmente, ao longo da minha vida já fiz vários troços da N2, nunca encarei como um projecto de férias fazê-la toda de uma só vez. Fica em agenda.

Tal como a Route 66 é considerada a "mother road" da América, a Nacional 2 será a nossa "Estrada Mãe".



ESTRADA NACIONAL N.º 2 (N2), atravessa Portugal de Norte a Sul e é a estrada de maior extensão do país, tendo o seu início em Chaves (Km 0) e terminando ao Km 738,5 em Faro (originalmente tinha um total de 739,260 Km), passando por onze distritos (Vila Real, Viseu, Coimbra, Leiria, Castelo Branco, Santarém, Portalegre, Évora, Setúbal, Beja e Faro), oito províncias (Trás-os-Montes e Alto Douro, Beira Alta, Beira Litoral, Beira Baixa, Ribatejo, Alto Alentejo, Baixo Alentejo e Algarve), 4 serras, 11 rios e 32 concelhos. O troço da N2 confunde-se com a própria história, sendo que muitos segmentos já eram as principais vias romanas que atravessavam a Lusitânia. Era Estrada Real nos finais do séc. XIX, em 1884 era a Estrada Districtal nº 128 (de Faro a Castro Verde), em 1910 era a Estrada Nacional nº 17 (de Faro a Beja), depois foi a Estrada Nacional nº 19-1ª e desde 1944 é a Estrada Nacional nº 2…e só ganhou alcatrão no Algarve na década 30 do séc. XX (dominava então o empedrado). 

U. S. ROUTE 66, é uma estrada norte-americana, desde 11 de Novembro de 1926, tem início em Chicago, Illinois, passava pelos estados de Missouri, Kansas, Oklahoma, Texas, Novo México, Arizona e terminava na cidade de Santa Mónica, Los Angeles, Califórnia. São 3.939 quilómetros, três fusos horários e oito estados.
A estrada é o berço do primeiro Motel e do primeiro McDonald's do mundo, e foi cenário de filmes como Easy Rider e Bagdad Café.


FOTOS, as fotos mostradas foram obtidas na internet via Wikipédia.


U. S. ROUTE 66

São 3.939 quilómetros, de Chicago a Los Angeles.















Paisagem que aparece em inúmeros filmes.
















ESTRADA NACIONAL N.º 2

Km 0, Chaves.
Km 738, Faro.


















Km 378,5, Faro










Vários municípios manifestaram o interesse em aderir ao maior projecto turístico de Portugal que une as cidades de Chaves a Faro, a vila penaguiense recebeu a escritura da Associação de Municípios da Rota da Estrada Nacional 2 encerrando assim a primeira fase do projecto.

  















Os Municípios de Chaves a Faro, atravessados pela Estrada Nacional n.º 2:
  1. Chaves
  2. Vila Pouca de Aguiar
  3. Vila Real
  4. Santa Marta de Penaguião
  5. Lamego
  6. Castro Daire
  7. Viseu
  8. Tondela
  9. Santa Comba Dão
  10. Penacova     
  11. Vila Nova de Poiares
  12. Góis
  13. Pedrógão Grande
  14. Sertã
  15. Vila de Rei
  16. Sardoal
  17. Abrantes
  18. Ponte de Sôr
  19. Mora
  20. Coruche
  21. Montemor-o-Novo
  22. Viana do Alentejo
  23. Alcácer do Sal
  24. Ferreira do Alentejo
  25. Aljustrel
  26. Castro Verde
  27. Almodôvar
  28. Loulé
  29. São Brás de Alportel
  30. Faro

Viagem

É o vento que me leva.
O vento lusitano.
É este sopro humano
Universal
Que enfuna a inquietação de Portugal.
É esta fúria de loucura mansa
Que tudo alcança
Sem alcançar.
Que vai de céu em céu,
De mar em mar,
Até nunca chegar.
E esta tentação de me encontrar
Mais rico de amargura
Nas pausas da ventura
De me procurar...


[Poema "A Viagem" em 'Diário XII', Miguel Torga (1907-1995)]


sexta-feira, 20 de julho de 2018

A 20 de Julho de 1969, a Apollo 11 pousou na superfície da Lua.






Faz hoje, 20 de Julho de 2018, 49 anos da primeira missão espacial tripulada a pousar na Lua. Lembro-me perfeitamente dessa data e de estar em família a ver televisão, ver em directo a emissão da RTP a preto e branco e assistir ao módulo tocar na Lua. A televisão em Portugal acabava cedo à noite, neste caso, entrou pela noite dentro e também por esse motivo é lembrança. Pesquisei e encontrei que quando o módulo tocou na lua em Portugal eram quase 3 da manhã do dia 21 de Julho de 1969.

“A Águia pousou”. Foi com estas palavras que os astronautas Neil Armstrong, Edwin "Buzz" Aldrin e Michael Collins anunciaram o sucesso da primeira missão espacial tripulada a pousar na Lua.

A frase preparada por Neil Armstrong para descrever aquele momento – “Um pequeno passo para o homem, um grande passo para a Humanidade”  continua a ser usada em todo o Mundo para caracterizar grandes feitos.
Durante duas horas e meia, os dois “passearam” pelo Mar da Tranquilidade, explorando a superfície, recolhendo amostras e tirando fotografias.

APOLLO 11, foi a quinta missão espacial tripulada do Programa Apollo e a primeira a realizar alunagem. Tripulada pelos astronautas Neil Armstrong, Edwin 'Buzz' Aldrin e Michael Collins. Composta pelo módulo de comando Columbia, o módulo lunar Eagle e o módulo de serviço, a Apollo 11, com seus três tripulantes a bordo, foi lançada na ponta de um foguetão Saturno V, para a histórica missão de oito dias de duração, que culminou com as duas horas e quarenta e cinco minutos de caminhada de Armstrong e Aldrin na Lua.

A MISSÃO, no total, os astronautas norte-americanos estiveram 8 dias, 3 horas, 18 minutos e 35 segundos no espaço numa missão que cumpriu a meta proposta pelo Presidente John F. Kennedy a 25 de maio de 1961, quando, perante o Congresso dos Estados Unidos, afirmou que acreditava que “esta nação deve comprometer-se em alcançar a meta, antes do final desta década, de pousar um homem na Lua e trazê-lo de volta à Terra em segurança".

PLACA COMEMORATIVA, os astronautas deixaram uma placa na Lua, onde se lê: Here Men From Planet Earth First Set Foot Upon The Moon. July 1969 A.D. We Came In Peace For All Mankind. (Aqui os homens do planeta Terra pisaram pela primeira vez a Lua. Julho de 1969. Viemos em paz, em nome de toda a Humanidade). 

FOTOS, as fotos publicadas foram obtidas na internet via Wikipédia e NASA.

Os astronautas Neil Armstrong, Edwin "Buzz" Aldrin e Michael Collins
posam na frente do seu foguetão Saturno V a 20 de Maio de 1969.
A caminho do foguetão para o
lançamento a 16 de Julho de 1969.
Foguetão Saturno V é lançado
às 9h32m de 16 de Julho















O módulo lunar


















A cápsula regressou em segurança à
Terra a 24 de Julho de 1969.











Neil Armstrong entrou na história
a 20 de Julho de 1969, deixando a primeira pegada humana na superfície da Lua.


Placa comemorativa deixada na Lua.







A nave:
- SM é o módulo de serviço ou operação (Service Module);
- CM é o módulo de comando (Command Module), chamado Columbia; e 
- LM é o modulo lunar (Lunar Module), chamado Eagle.

 
A Beleza que o Homem Tem o Dever de Criar
Há uma beleza que nos é dada: beleza do mar, da luz, dos montes, dos animais, dos movimentos e das pessoas. Mas há também uma outra beleza que o homem tem o dever de criar: ao lado do negro da terra é o homem que constrói o muro branco onde a luz e o céu se desenham. A beleza não é um luxo para estetas, não é um ornamento da vida, um enfeite inútil, um capricho. A beleza é uma necessidade, um princípio de educação e de alegria. Diz S. Tomás de Aquino que a beleza é o esplendor da verdade. Pela qualidade e grau de beleza da obra que construímos se saberá se sim ou não vivemos com verdade e dignidade. A obra do homem é sempre um espelho onde a consciência se reconhece.

["Entrevista Jornal Távola Redonda, Janeiro de 1963", Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004)]