sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Aquecimento global


O presente blog não é sobre mim e as lembranças do meu passado relacionadas com o mar sempre presente, mas sim sobre um artigo publicado no jornal online "OBSERVADOR" sobre o aquecimento global com o titulo "Como as cidades vão ficar se o planeta aquecer apenas 2ºC" publicado no dia 21-11-2017, autoria de Marta Leite Ferreira. O artigo é uma adaptação do novo projecto da "Climate Central" com a projecção a alteração de locais para um cenário de aquecimento global 2ºC e 4ºC.

Ao ler este artigo fiquei ainda mais preocupado com as questões climáticas provocadas pelo aquecimento global e a respectiva subida do nível do mar, com impacto em todas as faixas litorais dos diversos países.

Publicado:
De nada nos servirá o Acordo de Paris se os níveis de emissões de dióxido de carbono continuarem ao ritmo em que estão actualmente, poluindo a atmosfera com gases com efeito de estufa, avisam os cientistas. Muito em breve mais de 275 milhões de pessoas terão de sair das casas que construíram em cidades costeiras para dar lugar ao avanço devastador da água dos oceanos. Os efeitos vão sentir-se na pele de quem mora em regiões urbanas próximas ao mar, o que corresponde a metade da população mundial. Um aumento da temperatura média global de apenas 1,5ºC é o suficiente para fazer desaparecer grandes zonas das cidades como Sidney, Londres ou Nova Iorque. E quase toda a costa portuguesa estaria em perigo.
Este cenário é real e o novo projecto da Climate Central, uma organização científica que se juntou ao The Guardian e ao artista visual Nickolay Lamm, provam-no. O projecto surgiu para descobrir como seriam 21 cidades do mundo caso o aquecimento global fosse de entre 2ºC e 4ºC em relação à temperatura actual do planeta, fazendo aumentar o nível da água do mar. As imagens criadas podem ser a realidade que teremos dentro de apenas 13 anos, em 2030, alerta a Climate Central: é que julga-se que, por essa altura, o número das inundações devastadoras já tenha mais do que duplicado. E isso é mesmo muito: desde 1880 até agora, o nível médio da água do mar já aumentou quase 20 centímetros. E a situação só tende a piorar.
O que a Climate Central fez foi juntar duas fotografias de cidades icónicas como Xangai, Bombaim ou Rio de Janeiro para mostrar aquilo que estamos a enfrentar. Num primeiro álbum, a organização comparou o estado actual dessas cidades com o estado em que ficariam se o aquecimento global fosse de 2ºC em relação à temperatura registada agora. Num segundo álbum, comparou-se o cenário das cidades perante um aquecimento global de 2ºC com o estado das mesmas cidades se esse aquecimento fosse de 4ºC. De acordo com as explicações de Benjamin Strauss, líder do projecto, a meta dos 2ºC foi escolhida porque, segundo os cientistas, esse é “o limite máximo para que o aquecimento global não cause alterações catastróficas”.
A Climate Central prepara-se para disponibilizar mais imagens de cidades costeiras (para já, nenhuma cidade portuguesa faz parte dos exemplos deste projecto) que vão sofrer com o aumento do nível médio da água do mar. Veja na foto-galeria o antes e o depois das imagens disponíveis e aproveite a aplicação interactiva aqui em baixo para ver como ambos os cenários se comparam.

Créditos para as fotos mostradas:
Photo Credits: Before Nickolay Lamm/ Climate Central After Nickolay Lamm/ Climate Central


Actualmente
Aquecimento global de 2ºC

Mar-a-Lago

Estados Unidos



 

Aquecimento global de 2ºC

Aquecimento global de 4ºC



Nova Iorque 

Estados Unidos






Aquecimento global de 2ºC

Aquecimento global de 4ºC


Miami

Estados Unidos








Aquecimento global de 2ºC

Aquecimento global de 4ºC

Pentágono

Washington D.C.

Estados Unidos









Aquecimento global de 2ºC

Aquecimento global de 4ºC


GooglePlex

Mountain View

Estados Unidos



Aquecimento global de 2ºC

Aquecimento global de 4ºC



Durban

África do Sul








Aquecimento global de 2ºC

Aquecimento global de 4ºC

Londres

Inglaterra








Aquecimento global de 4ºC

Aquecimento global de 2ºC
Xangai

China







Aquecimento global de 2ºC

Aquecimento global de 4ºC

Bombaim

Índia








Aquecimento global de 2ºC

Aquecimento global de 4ºC

 Sidney

Austrália








Aquecimento global de 2ºC

Aquecimento global de 4ºC

Rio de Janeiro

Brasil








Aquecimento global de 2ºC

Aquecimento global de 4ºC

 Venice Beach

Venice

Estados Unidos






Aquecimento global de 2ºC

Aquecimento global de 4ºC

AT & T Park

San Francisco

Estados Unidos









Aquecimento global de 2ºC

Aquecimento global de 4ºC

Boston

Estados Unidos







Aquecimento global de 2ºC

Aquecimento global de 4ºC

Ocean Drive

Miami

Estados Unidos





Aquecimento global de 2ºC

Aquecimento global de 4ºC


San Diego

Estados Unidos







Aquecimento global de 2ºC

Aquecimento global de 4ºC


Estátua da Liberdade

Nova Iorque

Estados Unidos





Aquecimento global de 2ºC

Aquecimento global de 4ºC


Monumento a
Washington

Washington D.C.

Estados Unidos




Aquecimento global de 2ºC

Aquecimento global de 4ºC

 San Francisco

Estados Unidos






 
Aquecimento global de 2ºC

Aquecimento global de 4ºC

 Harvard

Cambridge

Estados Unidos





Em face das imagens pouco mais se pode acrescentar, o mundo e a sua população estão loucos e caminham para a sua auto-destruição.
Serei eu louco também?



"O inferno são os outros", dizia Sartre, o supremo filósofo pós-freudiano. O inferno são os outros, tanto quanto nós próprios - e em nós habitam tanto o Inferno como o Céu. Todo o Bem, como de resto todo o Mal, está no Homem - e permanecerão ambos no Homem quando um dia, como é inevitável, ele for contagiado.

[Banda Sonora para um Regresso a Casa, Joel Neto (1974)]

domingo, 19 de novembro de 2017

A Ilha de S. Miguel, Açores


Em Outubro de 1992 fui dar formação à SATA na Ilha de S. Miguel, a maior ilha do arquipélago dos Açores. Durante a semana a formação deixava apenas tempo para visitas locais, durante o fim-de-semana aproveitei para visitar a ilha.
Gostei bastante do ambiente em Ponta Delgada, as noites com a marginal sempre cheia de pessoas a passear após o jantar, mais tarde nos anos 2000 quando voltei  a marginal à noite já não tinha tantas pessoas, questionei alguém acerca deste assunto e disse que era devido à introdução da TV por Cabo na Ilha - as pessoas ficavam em casa a ver televisão.
Nas visitas durante o fim-de-semana aproveitei para visitar o máximo possível, no sábado do último fim-de-semana antes do regresso fui fazer outro tipo de visita com um colega da SATA, fomos por caminhos não habituais assim como recebi informações sobre os locais em visita que o turista normal não tem hipótese de conhecer.


Documentário "Suspiros do Inferno" produzido pela RTP em 1973, sobre as Furnas da ilha de São Miguel. O impacto deste fenómeno natural nas populações locais, o seu aproveitamento turístico e o aproveitamento medicinal das águas.ou um dos episódios à Ilha do Pico, veja o vídeo aqui.


Nota: Alguma má qualidade das fotos deve-se ao facto de terem sido convertidas de "slides" que foram afectado pelo tempo, culpa minha.


FURNAS, é uma freguesia do concelho da Povoação, conhecida pelas suas caldeiras (que estão sempre em permanente ebulição) que nos fazem lembrar que estamos em terrenos vulcânicos. Também é muito conhecida pelos cozinhados a vapor únicos no mundo, entre eles o cozido à portuguesa.

Leia mais em: http://www.viajecomigo.com/2014/11/30/furnas-ilha-de-s-miguel-acores/
Furnas é uma freguesia do concelho da Povoação, na ilha de S. Miguel, nos Açores, e é conhecida pelas suas caldeiras (em permanente ebulição) que provam que estamos em terrenos vulcânicos. É também aqui que se fazem cozinhados únicos no mundo. Quando se fala em Furnas não há turista que não pense logo no cozido à portuguesa. E, mesmo que nem goste muito deste prato, tem de pelo menos provar

Leia mais em: http://www.viajecomigo.com/2014/11/30/furnas-ilha-de-s-miguel-acores/
Furnas é uma freguesia do concelho da Povoação, na ilha de S. Miguel, nos Açores, e é conhecida pelas suas caldeiras (em permanente ebulição) que provam que estamos em terrenos vulcânicos. É também aqui que se fazem cozinhados únicos no mundo. Quando se fala em Furnas não há turista que não pense logo no cozido à portuguesa. E, mesmo que nem goste muito deste prato, tem de pelo menos provar.

Leia mais em: http://www.viajecomigo.com/2014/11/30/furnas-ilha-de-s-miguel-acores/
Furnas é uma freguesia do concelho da Povoação, na ilha de S. Miguel, nos Açores, e é conhecida pelas suas caldeiras (em permanente ebulição) que provam que estamos em terrenos vulcânicos. É também aqui que se fazem cozinhados únicos no mundo. Quando se fala em Furnas não há turista que não pense logo no cozido à portuguesa. E, mesmo que nem goste muito deste prato, tem de pelo menos provar.

Leia mais em: http://www.viajecomigo.com/2014/11/30/furnas-ilha-de-s-miguel-a
COZIDO DAS FURNAS, num dos pontos da Lagoa das Furnas existem buracos no chão vulcânico, onde se colocam os cozinhados, dentro de tachos, debaixo da terra com o calor geotérmico, dos vulcões, os cozidos demoram cerca de 5 a 6 horas para ficarem cozinhados lentamente com o vapor. Existe uma parte reservada para os restaurantes locais e outra que pode ser usada pelos habitantes. A gestão dos cozidos é feita pela Junta de Freguesia e tem de ser marcada. São os funcionários que colocam e tiram a terra que tapa a tampa dos buracos.

MASSAROCAS DE MILHO, gostei muito de comer as massarocas de milho cozidas nas caldeiras. São colocadas em sacos de serapilheira onde as mergulham para cozer.

MORCELA COM ANANÁS, que saudades desta entrada muito simples de fazer mas que sabe tão bem.

CRIPTOMERIAS, a Cryptomeria japonica é, hoje, considerada a espécie florestal mais importante do arquipélago dos Açores, ocupando cerca 60% da área de floresta de produção, mas também porque os seus povoamentos são um elemento estrutural das paisagens açorianas.

FESTAS DO SENHOR ESPÍRITO SANTO, as Festas do Espírito Santo, são as mais populares do arquipélago e começam normalmente sete semanas depois da Páscoa. Inúmeras vilas e freguesias celebram estas festas onde ocorre normalmente a coroação do Imperador ou Imperatriz da Festa. O ponto alto decorre com a procissão que percorre uma parte significativa das ruas da vila terminando na sua igreja, onde é então celebrada uma missa. Ao fim do dia começa a parte não religiosa da festa, quando são servidas as “Sopas do Espírito Santo”, às quais acorre, regra geral, muita gente (além da sopa propriamente dita é também servido um prato de carne guisada com batata, vinho e pão doce ou massa sovada no fim). Depois a festa segue profana com música, bailaricos, rifas e entretenimento geral. 

CONFISSÃO, apesar de só agora fazer referência às Festas do Senhor Espírito Santo, elas acontecem em todas as ilhas, quando estava na Ilha Terceira fui coroado numa delas após fazer a comunhão solene. Integrado na procissão andei 1 ou 2 quilómetros com a coroa na cabeça segurada de ambos os lados por uma menina.

FOTO, a foto inicial foi tirada em 1992 mostra a marginal e o ambiente ao longo da sua extensão, actualmente não deve estar muito diferente.




















 




























 














































Um dos miradouros da ilha











Criptomerias












Na lagoa das Sete Cidades
No fim do escoamento
O sistema de escoamento do excesso de água da Lagoa das Sete Cidades, o nível de água da lagoa está sempre controlado, a água aproveitando o efeito de gravidade "desce" até ao nível do mar.



 As Furnas























As caldeiras sempre em permanente ebulição.


A fonte de água férrea, a água é de cor alaranjada.













As fumarolas visíveis pelo fumo devido
ao vapor de água e gases ao longo do rio.




Parte da povoação das Furnas com o fumo das fumarolas ao longo do rio.








Percorreu um trilho ao longo da manhã e sentou-se a comer entre as azáleas. Quando um dia voltasse a partir, talvez nada lhe fizesse tanta falta como as flores. As hortênsias e as árvores-de-fogo, as beladonas e as camélias, as magnólias e as olaias: encantava-o a cadência a que floriam naquela ilha — e depois ainda havia os hibiscos, os jarros e os mantos infinitos de erva azeda, sempre prontos a acorrer a algum sobressalto da meteorologia, para que nunca faltasse a cor.
Podia dizer-se o que se quisesse sobre as ilhas, menos que fossem claustrofóbicas. Não as ilhas onde houvesse flores.


[As Ilhas e as Flores, excerto sobre os Açores em 'Arquipélago', Joel Neto (1974)]