Em Outubro de 2003 eu e mais 3 amigos resolvemos fazer um curso de vela de cruzeiro - iniciação, foram 10 aulas em fim-de-semana (domingo) das 9h às 13h. Teve início em Novembro e finalizamos em Janeiro de 2004, foi para além da data prevista devido problemas do tempo que desaconselhava a aula.
Descrição actual do curso, extraído do site do clube:
O ponto de encontro era no café na Marina de Cascais, quando a equipa estava completa íamos para o ancoradouro onde estava o veleiro. Enquanto uns tratavam das velas outro tratava do motor, punha-o a trabalhar e saiamos da Marina a motor.O curso de iniciação é o primeiro curso de vela e tem como objectivo criar nos alunos o gosto pela modalidade, dando-lhe a conhecer o que é um barco a vela e as noções básicas de marinharia e navegação.Os jovens e os adultos utilizam uma embarcação da classe Sprinto onde podem ir até 5 pessoas a bordo, para além do treinador que irá acompanhar cada aluno individualmente. Nas aulas aprendem os nós, as mareações, as noções de equilíbrio e o funcionamento do barco. Por ser um barco de vários tripulantes aprendem as funções ao leme, onde conduzem o barco, e à proa, onde realizam o trabalho com as velas.
Uma vez no exterior, iniciávamos a aula com o içar das velas, repartindo as tarefas ao longo do tempo. Fazer um curso deste tipo em pleno inverno não foi fácil em alguns dias por causa do estado do mar, é impressionante o comportamento do veleiro porque ao mesmo tempo é "assustador" mas de uma extrema confiança no mesmo. Houve alturas em que ao olhar em redor só se via mar/ondas e depois subia e já se conseguia ver terra!.
O circuito principal do curso consistia em ir até ao largo para contornar os navios fundeados, regressar a terra e repetir tudo novamente, foram dezenas de vezes.
Tivemos também 2 ou 3 dias calmos quase sem vento, num deles fomos até Carcavelos numa amena cavaqueira.
Foi uma boa experiência, aprende-se a respeitar o mar e as nossas capacidades. O negativo foi que por 2 vezes tiveram que me deixar em terra antes do fim da aula devido a forte enjoo, coincidindo com as vezes em que tive que por o motor a trabalhar e "levar" com aqueles gases todos. Também é importante não ter o estômago vazio.
O curso seguinte seria o de aperfeiçoamento mas nenhum de nós o fez.
COMIDA ACONSELHÁVEL, exemplo da comida aconselhável conforme conselho do Clube Naval, sandes variadas (mistas, queijo, atum, frango, etc.), mas sem maionese; saladas e ou massas que podem ser acondicionadas em caixas térmicas; barras de cereais que são óptimas fontes de fibra; frutas; iogurtes; sumos e águas.
COMIDA DESACONSELHÁVEL, exemplo da comida desaconselhável conforme conselho do Clube Naval, enchidos; os fritos; as batatas fritas e os refrigerantes, assim como coisas muito condimentadas. Que pena ter de excluir um bom chouriço assado ou um bitoque!
ENJOO, esta maldição acompanha-me desde criança, nada a fazer, resta assumir. O assumir pressupõe tomar o comprimido sempre que for para o mar.
RETRANCA, o suporte horizontal para a base da vela principal, que se projecta para trás do mastro. Sempre presente quando se mudava de direcção, era o nosso "diabo" quando se mudava de direcção, sempre atentos para não levarmos uma pancada na cabeça.
FOTO, a foto inicial mostra a chegada à Marina após mais uma sessão num dos dias em que mar esteve particularmente "chão" e não houve vento. Fomos até Carcavelos e voltamos a velocidade muito baixa.
O celebre motor que me fazia enjoar e ficar mal-disposto. |
Num dos dias "calmos" a motor. |
Num dos dias "calmos" a motor. |
O skipper. |
"(...) Procuramos dar sentido a tudo que nos cerca, assim como o céu, o mar nos faz sentir a pequenez da humanidade, a fragilidade da vida, a limitação de nosso conhecimento. Somos frágeis e perecíveis, é o que ele parece nos dizer sempre que avançamos por ele, seja na superfície ou nas profundezas. (...)"
[Ernst Cassirer (1874-1945)]
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