sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Cozinhar crustáceos vivos, incluíndo a lagosta na Suíça





















Notícia do "Diário de Notícias" em 11 de Janeiro de 2018: Suíça obriga a atordoar lagostas antes de serem cozinhadas

Esta é uma de entre várias medidas destinadas a melhorar a protecção dos animais naquele país. O texto aprovado em Berna esta quarta-feira, refere que
“os crustáceos vivos, incluindo a lagosta, não poderão continuar a ser transportados em gelo ou em água gelada. As espécies aquáticas devem ser sempre mantidas no seu ambiente natural. Os crustáceos devem agora ser anestesiados antes de serem mortos”.
Foi a solução encontrada pelas autoridades do país para ir ao encontro das exigências feitas pelas associações de defesa dos direitos dos animais e alguns cientistas, argumentam que as lagostas e outros crustáceos possuem sistemas nervosos sofisticados e, provavelmente, sentem dor significativa quando são cozidos vivos.

As novas leis entram em vigor a partir de Março.
 

A partir do momento em que a nova regulamentação passar a ser aplicada, as lagostas terão de ser anestesiadas com choques eléctricos ou, em alternativa, os restaurantes terão de garantir que realizam uma “destruição mecânica” do cérebro dos crustáceos.

As mudanças não ficam, no entanto, por aqui e abrangem outras práticas e animais. O Governo suíço também vai proibir o comércio ilegal de cães e proibir aparelhos automáticos que punem os animais quando estes ladram.
Haverá ainda novos regulamentos no que diz respeito ao abate de animais doentes ou feridos e a Suíça vai responsabilizar os organizadores de eventos públicos pelo bem-estar dos animais usados.


Em Itália, o Supremo Tribunal também decretou, em Junho do ano passado, que as lagostas não podem ser mantidas vivas sobre gelo nos restaurantes, antes de serem cozidas.


Opinião

O tema deste blogue difere dos anteriores embora a origem seja a mesma: o mar, tem a ver com uma notícia publicada no "Diário de Notícias" acerca de novas regras a implementar na Suíça a partir de Março, matéria sensível para mim porque desde novo sempre me fez muita confusão e desconforto tal prática.

Fico satisfeito por ler que a pensar no bem estar animal irão haver mudanças relativas a outras práticas e animais.

Se fossemos lagostas também gostaríamos de ser atordoados antes de nos mergulharem em água a ferver!


LAGOSTA, é o nome comum dado a uma grande diversidade de espécies de crustáceos decápodes marinhos da subordem Palinura, caracterizados por terem as antenas do segundo par muito longas e os urópodes em forma de leque. Estes crustáceos podem atingir grande tamanho, com peso superior a 1 kg, e têm uma grande importância económica, uma vez que são considerados alimentos de luxo.

MEDIDAS DE GESTÃO E PROTECÇÃO EM PORTUGAL, a elevada exploração desta espécie tem conduzido a uma redução dos mananciais. De forma a gerir as populações de uma forma sustentável, está dado um tamanho comprimento mínimo de captura para esta espécie, dimensões inferiores a 11cm de comprimento da carapaça são ilegais (nos Açores animais com menos de 23 cm medidos entre a inserção do olho e o fim do abdómen), não podem ser capturados. Para esta espécie existe uma época de defeso que começa a 1 de Outubro e acaba a 31 de Dezembro (nos Açores existe uma extensão até 31 de Março para as fêmeas).

[Universidade dos Açores]

CAPTURA, através da caça-submarina, nos Açores e na Madeira apenas podem ser capturados dois crustáceos por mergulhador e por dia. É proibida a captura deste animal utilizando garrafa de mergulho. 
Infelizmente, em Portugal um dos métodos utilizado para capturar esta espécie é a rede de emalhar de longo período. O processo de captura inclui deixar a rede de emalhar apanhar peixe, esperar que este apodreça e assim atrair as lagostas que acabam por ficar emalhadas. Esta arte é considerada lesiva do ambiente. O melhor método para capturar a lagosta, considerado o mais selectivo e o menos impactante, é a pesca por cofre.
[Universidade dos Açores] 

QUANTOS ANOS VIVE UMA LAGOSTA, não se sabe exactamente quantos anos podem viver, porque não temos indicadores seguros da sua idade. Como não têm esqueleto interno e mudam regularmente de carapaça, não têm nenhuma estrutura onde possa ficar registada a idade (o que acontece nos ossos dos peixes). Mas sabemos que podem viver dezenas de anos e no caso do lavagante há indicação que pode ultrapassar os 100 anos. As lagostas que vivem mais tempo são as de águas mais frias. Hoje há muito poucas lagostas grandes e idosas devido à intensa exploração a que estão sujeitas. À medida que vão envelhecendo as lagostas levam cada vez mais tempo a mudar de carapaça. Assim as lagostas mais velhas podem ter carapaças muito espessas que podem ter organismos como lapas agarrados. No entanto, se mudarem de carapaça, voltam a ter a carapaça semelhante às lagostas jovens. Assim, o melhor indicador de idade avançada é mesmo um tamanho enorme. Também é bom lembrar que, como todos os seres vivos, à medida que são mais velhas crescem cada vez mais devagar. Por isso, aumentar um centímetro num tamanho grande leva muito mais tempo do que aumentar o mesmo centímetro quando se é mais jovem. 

FOTOS, as fotos publicadas tem como origem a notícia do Observador, as restantes a WikiPédia e Universidade dos Açores.



Foto: J. Fontes ImagDOP.
Foto: J. Fontes ImagDOP.

 

Porque razão sorri a Natureza à minha volta?

Reparem na discordância...

É como um grito de revolta
que se solta
por aí fora...

... e não encontra obstáculo para o eco... 


["Nota Discordante" em "Relevos" (1937), Fernando Namora (1919-1989)]

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