Desde que me lembro que todos os anos o ACP publicava o "Mapa do Estado das Estradas", encontrei este relativo a 1968, ao analisar o país parecia muito simples sem tantas auto-estradas, neste mapa só existiam 3 em 1968.
As 3 auto-estradas neste mapa são 2 na área de Lisboa: Amoreiras-Estádio Nacional e Lisboa-Vila Franca de Xira, e 1 na área do Porto: Porto-Carvalhos.
Desde o fim da década de 70 até 2006 fui um utilizador constante destes mapas, actualizados todos os anos, era a única forma que tínhamos de saber a situação das estradas de Portugal, todos os anos substituia o mapa anterior guardado no carro pelo novo.
Ao analisar este mapa de 1968, fiquei com imensa pena de não ter guardado todos os mapas anteriores, em termos comparativos e históricos daria para ver a evolução de Portugal nesta vertente. Muito triste é analisar as vias ferroviárias na altura e actuais, foram diminuindo conforme iam crescendo as auto-estradas.
É pena não existir um mapa semelhante sobre as infra-estruturas do país ao nível de saneamento básico, abastecimento de água e electricidade, etc., daria para perceber como o Estado Novo tratava "carinhosamente" o seu povo e qual o esforço que foi feito por todo um país para atingir o nível actual, que não sendo perfeito está a anos luz do que foi herdado de pessoas tão "bondosas", "patrióticas" e sempre a "pensar no bem comum".
Vou contar que se passou comigo, desde muito novo que comecei a trabalhar na Regisconta, no verão de 1973 fui fazer uma implementação de um sistema de contabilidade em Évora, no hotel onde estava hospedado acordavam-nos às 5 horas da manhã para tomarmos banho, depois voltávamos para a cama para acordar por volta das 8 horas (já não havia água nas torneiras) para mais um dia de trabalho, da altura do banho guardava um copo com água para lavar os dentes.
ACP, foi criado como Real Automóvel Club de Portugal, é um clube fundado em 15 de Abril de 1903. O Real ACP passou a ter existência legal a 31 de Maio, quando foram aprovados os seus estatutos pelo Governador Civil do Distrito de Lisboa, figurando como presidente honorário o Rei D. Carlos I de Portugal, como Vice-Presidente honorário o príncipe real D. Luís Filipe e como presidente perpétuo da Assembleia Geral o Infante D. Afonso de Bragança, Duque do Porto.
A acção desenvolvida pelos dirigentes do Real ACP nos anos que se seguiram à fundação apontou, desde logo, quais os caminhos que o clube deveria trilhar no futuro: luta constante e persistente por leis mais justas e condições mais favoráveis para o automóvel e para os automobilistas; esforços e iniciativas tendentes a melhorar o estado das estradas e a segurança da circulação rodoviária; promoção a todos os níveis do desporto automóvel; desenvolvimento do turismo e incremento das relações com os clubes congéneres estrangeiros. Informação, através de publicações, como a revista ACP (desde 1930) e a edição de mapas de estradas (desde 1929); formação nas suas escolas de condução e de mecânica (desde 1934); serviços de pronto-socorro (desde 1933) e de desempanagem.
INSTITUIÇÕES E EMPRESAS QUE PROMOVERAM A CIRCULAÇÃO AUTOMÓVEL, algumas instituições e empresas foram fundamentais para a criação das estruturas que promoveram a circulação automóvel.
De 1920 a 1930, a sinalização e orientação dos primeiros automobilistas fica a cargo do Automóvel Club de Portugal e da Vacuum Oil Company, que colocam os primeiros sinais de orientação no nosso país.
Em 1927, é criada a Junta Autónoma de Estradas que, a partir dos anos 30, será a instituição responsável pela construção, reparação e sinalização das estradas portuguesas.
Desde 1971 que a Direcção Geral de Viação regulamenta a circulação automóvel a partir do Código da Estrada. A Prevenção Rodoviária Portuguesa, uma empresa privada de utilidade pública sem fins lucrativos, dedica a sua actividade à prevenção de acidentes de viação e das suas consequências.
FOTOS, as fotos apresentadas foram obtidas via fotografar o mapa, Wikipédia e portal do ACP.
De 1920 a 1930, a sinalização e orientação dos primeiros automobilistas fica a cargo do Automóvel Club de Portugal e da Vacuum Oil Company, que colocam os primeiros sinais de orientação no nosso país.
Em 1927, é criada a Junta Autónoma de Estradas que, a partir dos anos 30, será a instituição responsável pela construção, reparação e sinalização das estradas portuguesas.
Desde 1971 que a Direcção Geral de Viação regulamenta a circulação automóvel a partir do Código da Estrada. A Prevenção Rodoviária Portuguesa, uma empresa privada de utilidade pública sem fins lucrativos, dedica a sua actividade à prevenção de acidentes de viação e das suas consequências.
FOTOS, as fotos apresentadas foram obtidas via fotografar o mapa, Wikipédia e portal do ACP.
As convenções do mapa de 1968 |
Área de Lisboa e as 2 auto-estradas existentes em 1968. |
Área do Porto e a auto-estrada existente em 1968. |
Como curiosidade as estradas do Algarve em 1968. |
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Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra,
Ao luar e ao sonho, na estrada deserta,
Sozinho guio, guio quase devagar, e um pouco
Me parece, ou me forço um pouco para que me pareça,
Que sigo por outra estrada, por outro sonho, por outro mundo,
Que sigo sem haver Lisboa deixada ou Sintra a que ir ter,
Que sigo, e que mais haverá em seguir senão não parar mas seguir
Vou passar a noite a Sintra por não poder passá-la em Lisboa,
Mas, quando chegar a Sintra, terei pena de não ter ficado em Lisboa.
Sempre esta inquietação sem propósito, sem nexo, sem consequência,
Sempre, sempre, sempre,
Esta angústia excessiva do espírito por coisa nenhuma,
Na estrada de Sintra, ou na estrada do sonho, ou na estrada da vida...
...
"
[Parte inicial do poema "Ao Volante" em "Poemas", de Álvaro de Campos (Heterónimo de Fernando Pessoa)]