Dada a minha situação
actual, tenho mais tempo livre para ler e ver notícias de um modo calmo (não
fico pela leitura dos cabeçalhos), pensar e compreender as mesmas, perder-me
em conjecturas e comparações entre situações semelhantes ocorridas actualmente
e no passado. Em termos de sensibilidade e emotividade também estou mais
fragilizado, noto essa alteração pelo facto de ligar e reagir a determinados
temas de outra forma.
Esta introdução surge na
sequência dos últimos acontecimentos passados em Lisboa, no fim de semana de 23
a 24 de Junho de 2018, na zona da Expo, ver pessoas numa fila a aguardar a vez
para entrarem num pavilhão, grande número de idosos, idosos de idade muito
avançada, de cadeira de rodas e a respirar oxigénio. Depois à saída ao serem
entrevistados, principalmente ver os idosos emocionados e a chorar com a situação
pela qual fizeram um esforço e foram votar, não, não, não estavam assim devido
a problemas de fome, saúde, perda de um ente querido, mas sim por uma paixão
que não tem explicação – que muitas vezes é a única alegria que tem na vida,
que uma irresponsabilidade anormal e egocêntrica lhes esteja a provocar … no
mínimo chamo-lhe infelicidade.
Depois assistir ao pós
acto no pavilhão, contrariamente ao tudo o que comunicou e disse, a mesma irresponsabilidade
anormal e egocêntrica fazer exactamente ao contrário depois de cenas e atitudes
lamentáveis, entretanto chegámos a segunda feira, já vamos em duas situações distintas
e o dia ainda não acabou.
Como penso pela minha
cabeça e a minha memória não é curta, vou escrever uns parágrafos acerca de 3
figuras que ficaram ou irão ficar na história por maus motivos, segundo “eu”.
Presidente turco Recep Tayyip Erdogan, que após um “golpe de estado duvidoso”, parecia
encomendado, afastou, prendeu e afastou quase toda a oposição, jornalistas,
professores, funcionários públicos e militares. Fechou jornais e televisões
privadas, etc. etc. Alterou a constituição para dar mais poderes ao presidente
da republica. No último fim de semana foram realizadas eleições, particularmente
importantes porque representam a passagem do sistema parlamentar até agora em
vigor para um regime presidencialista. Foi reeleito à primeira volta para um
novo mandato presidencial com poderes reforçados, a partir de agora, a Turquia
adopta o modelo presidencialista e Erdogan aumenta consideravelmente o seu
poder. Recordo que a percentagem foi de 52%.
Entre outras coisas a
reter, recordo um “golpe de estado duvidoso”, parecia
encomendado. Alteração da constituição para reforçar os poderes.
Presidente venezuelano Nicolás
Maduro, governa por decreto, com poderes especiais, desde Novembro de 2013. A
presidência tem sido marcada pelo declínio socioeconómico venezuelano, com
acentuado crescimento da pobreza, inflação, criminalidade e fome. Maduro, culpa
a especulação e uma "guerra económica" imposta à nação pelos seus opositores, internos e externos. A escassez de produtos de subsistência na
Venezuela e uma queda considerável no índice de qualidade de vida no país,
resultou numa série de protestos populares a partir de 2014 que foram
aumentando de intensidade com o tempo, instigando uma resposta violenta das
forças de segurança do governo, causando dezenas de mortes e aumentando a sua impopularidade. Esta impopularidade levou a
oposição a vencer as eleições parlamentares de 2015 e obter a maioria da Assembleia
Nacional, porém, Maduro conseguiu contornar a autoridade legislativa e
manter seu poder total através da Suprema Corte e os Tribunais Eleitorais,
junto com outros corpos políticos, todos dominados pelos seus apoiantes,
contando também com apoio dos militares. Em 2017, o presidente anunciou uma
nova constituinte, não sancionada ou apoiada pelo parlamento, enchendo-a com seus
partidários, removendo efectivamente os poderes da Assembleia Nacional (dominada
pela oposição). Esses movimentos antidemocráticos levaram a condenações dentro
e fora da Venezuela, com várias nações impondo sanções
contra o país.
Em Maio de 2018, foi
reeleito para um mandato de seis anos, numa eleição polémica, não reconhecida
pela oposição e por um grande número de países.
Entre outras coisas a
reter, recordo os longos monólogos na televisão oficial com os aplausos das
claques, ainda não consegui esquecer até hoje as reportagens ao estado dos
hospitais e doentes.
Chanceler do Reich Adolf
Hitler, sob a sua liderança e com uma ideologia racista motivada, o regime
nazi perpetrou um dos maiores genocídios da história da humanidade, matando milhões
de pessoas que Hitler e os seus seguidores consideravam como “sub-humanos"
e socialmente "indesejáveis". No final da Segunda Guerra Mundial, em
28 de Abril de 1945, com a cidade de Berlim completamente cercada, Hitler no
bunker já tinha perdido a noção da realidade, ia movendo exércitos imaginários
no seu mapa, ordenou que o general Walther Wenck atacasse e quebrasse o cerco a
Berlim, mas ele foi detido e rendeu-se aos americanos.
Perto da meia-noite de 29
de abril, casou-se com Eva Braun, na manhã seguinte foi informado da execução
de Mussolini, que havia sido preso e torturado antes de morrer, e depois teve
seu corpo pendurado em praça pública para ser cuspido pela população. Esta
notícia aumentou a determinação de Hitler de se suicidar para evitar a captura,
com as tropas soviéticas a apenas algumas horas de marcha da Chancelaria do
Reich. Hitler suicidou-se.
Entre outras coisas a
reter, recordo os longos e inflamados discursos, ainda não consegui esquecer
até hoje as várias dezenas de milhões de pessoas mortas e a mentalidade e
ideologia "superior" nazi.
Espero não ofender
ninguém que por casualidade leia esta crónica, mas, é difícil para alguém com a
idade que tenho ficar indiferente a esta situação, a minha memória já tem passado assim como a minha consciência, não se pode brincar com as emoções das pessoas, porque ao contrário dos "posts" aqui não se pode "eliminar" e ficar tudo bem como dantes. Quantas e que marcas ficarão registadas até ao final das suas vidas.
Um exemplo abstracto, num
país irreal, na semana 53:
- Na sexta, não vou à AG;
- No sábado, foi à AG e até votou com algumas cenas de "stand up comedy" pelo meio;
- No sábado, foi destituído, anunciou a resignação, nem sequer voltará a ser adepto;
- No domingo, afinal, não vai aceitar conclusões de AG nenhuma, e vai a votos em Setembro …
- No domingo, no seu delírio cria um novo clube: Campo Grande Sporting Club;
- Na segunda, de manhã, o novo presidente da SAD, não pode entrar nas instalações;
- Na segunda, de tarde, o novo presidente da SAD já pode entrar na SAD para reunião e passagem de testemunho ...
Quem quiser um dia escrever a
crónica desta novela arrisca-se a trabalho hercúleo.
A Minha Inspiração
["Conferência na London School of Economics, Londes (2000)", Nelson Mandela (1918-2013)]
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