segunda-feira, 25 de junho de 2018

Nem sempre tenho boas lembranças


Dada a minha situação actual, tenho mais tempo livre para ler e ver notícias de um modo calmo (não fico pela leitura dos cabeçalhos), pensar e compreender as mesmas, perder-me em conjecturas e comparações entre situações semelhantes ocorridas actualmente e no passado. Em termos de sensibilidade e emotividade também estou mais fragilizado, noto essa alteração pelo facto de ligar e reagir a determinados temas de outra forma.

Esta introdução surge na sequência dos últimos acontecimentos passados em Lisboa, no fim de semana de 23 a 24 de Junho de 2018, na zona da Expo, ver pessoas numa fila a aguardar a vez para entrarem num pavilhão, grande número de idosos, idosos de idade muito avançada, de cadeira de rodas e a respirar oxigénio. Depois à saída ao serem entrevistados, principalmente ver os idosos emocionados e a chorar com a situação pela qual fizeram um esforço e foram votar, não, não, não estavam assim devido a problemas de fome, saúde, perda de um ente querido, mas sim por uma paixão que não tem explicação – que muitas vezes é a única alegria que tem na vida, que uma irresponsabilidade anormal e egocêntrica lhes esteja a provocar … no mínimo chamo-lhe infelicidade.

Depois assistir ao pós acto no pavilhão, contrariamente ao tudo o que comunicou e disse, a mesma irresponsabilidade anormal e egocêntrica fazer exactamente ao contrário depois de cenas e atitudes lamentáveis, entretanto chegámos a segunda feira, já vamos em duas situações distintas e o dia ainda não acabou.
Como penso pela minha cabeça e a minha memória não é curta, vou escrever uns parágrafos acerca de 3 figuras que ficaram ou irão ficar na história por maus motivos, segundo “eu”.


Presidente turco Recep Tayyip Erdogan, que após um “golpe de estado duvidoso”, parecia encomendado, afastou, prendeu e afastou quase toda a oposição, jornalistas, professores, funcionários públicos e militares. Fechou jornais e televisões privadas, etc. etc. Alterou a constituição para dar mais poderes ao presidente da republica. No último fim de semana foram realizadas eleições, particularmente importantes porque representam a passagem do sistema parlamentar até agora em vigor para um regime presidencialista. Foi reeleito à primeira volta para um novo mandato presidencial com poderes reforçados, a partir de agora, a Turquia adopta o modelo presidencialista e Erdogan aumenta consideravelmente o seu poder. Recordo que a percentagem foi de 52%.

Entre outras coisas a reter, recordo um “golpe de estado duvidoso”, parecia encomendado. Alteração da constituição para reforçar os poderes.


Presidente venezuelano Nicolás Maduro, governa por decreto, com poderes especiais, desde Novembro de 2013. A presidência tem sido marcada pelo declínio socioeconómico venezuelano, com acentuado crescimento da pobreza, inflação, criminalidade e fome. Maduro, culpa a especulação e uma "guerra económica" imposta à nação pelos seus opositores, internos e externos. A escassez de produtos de subsistência na Venezuela e uma queda considerável no índice de qualidade de vida no país, resultou numa série de protestos populares a partir de 2014 que foram aumentando de intensidade com o tempo, instigando uma resposta violenta das forças de segurança do governo, causando dezenas de mortes e aumentando a sua impopularidade. Esta impopularidade levou a oposição a vencer as eleições parlamentares de 2015 e obter a maioria da Assembleia Nacional, porém, Maduro conseguiu contornar a autoridade legislativa e manter seu poder total através da Suprema Corte e os Tribunais Eleitorais, junto com outros corpos políticos, todos dominados pelos seus apoiantes, contando também com apoio dos militares. Em 2017, o presidente anunciou uma nova constituinte, não sancionada ou apoiada pelo parlamento, enchendo-a com seus partidários, removendo efectivamente os poderes da Assembleia Nacional (dominada pela oposição). Esses movimentos antidemocráticos levaram a condenações dentro e fora da Venezuela, com várias nações impondo sanções contra o país.
Em Maio de 2018, foi reeleito para um mandato de seis anos, numa eleição polémica, não reconhecida pela oposição e por um grande número de países.

Entre outras coisas a reter, recordo os longos monólogos na televisão oficial com os aplausos das claques, ainda não consegui esquecer até hoje as reportagens ao estado dos hospitais e doentes.


Chanceler do Reich Adolf Hitler, sob a sua liderança e com uma ideologia racista motivada, o regime nazi perpetrou um dos maiores genocídios da história da humanidade, matando milhões de pessoas que Hitler e os seus seguidores consideravam como “sub-humanos" e socialmente "indesejáveis". No final da Segunda Guerra Mundial, em 28 de Abril de 1945, com a cidade de Berlim completamente cercada, Hitler no bunker já tinha perdido a noção da realidade, ia movendo exércitos imaginários no seu mapa, ordenou que o general Walther Wenck atacasse e quebrasse o cerco a Berlim, mas ele foi detido e rendeu-se aos americanos.
Perto da meia-noite de 29 de abril, casou-se com Eva Braun, na manhã seguinte foi informado da execução de Mussolini, que havia sido preso e torturado antes de morrer, e depois teve seu corpo pendurado em praça pública para ser cuspido pela população. Esta notícia aumentou a determinação de Hitler de se suicidar para evitar a captura, com as tropas soviéticas a apenas algumas horas de marcha da Chancelaria do Reich. Hitler suicidou-se.

Entre outras coisas a reter, recordo os longos e inflamados discursos, ainda não consegui esquecer até hoje as várias dezenas de milhões de pessoas mortas e a mentalidade e ideologia "superior" nazi.


Espero não ofender ninguém que por casualidade leia esta crónica, mas, é difícil para alguém com a idade que tenho ficar indiferente a esta situação, a minha memória já tem passado assim como a minha consciência, não se pode brincar com as emoções das pessoas, porque ao contrário dos "posts" aqui não se pode "eliminar" e ficar tudo bem como dantes. Quantas e que marcas ficarão registadas até ao final das suas vidas.

Um exemplo abstracto, num país irreal, na semana 53:
  • Na sexta, não vou à AG;
  • No sábado, foi à AG e até votou com algumas cenas de "stand up comedy" pelo meio;
  • No sábado, foi destituído, anunciou a resignação, nem sequer voltará a ser adepto;
  • No domingo, afinal, não vai aceitar conclusões de AG nenhuma, e vai a votos em Setembro …
  • No domingo, no seu delírio cria um novo clube: Campo Grande Sporting Club;
  • Na segunda, de manhã, o novo presidente da SAD, não pode entrar nas instalações;
  • Na segunda, de tarde, o novo presidente da SAD já pode entrar na SAD para reunião e passagem de testemunho ...
Quem quiser um dia escrever a crónica desta novela arrisca-se a trabalho hercúleo.


A Minha Inspiração

A minha inspiração são os homens e as mulheres que surgiram em todo o globo e escolheram o mundo como o teatro das suas operações, e que lutam contra as condições sócio-económicas que não promovem o avanço da Humanidade, onde quer que este ocorra. Homens e mulheres que lutam contra a supressão da voz humana, que combatem a doença, a iliteracia, a ignorância, a pobreza e a fome. Alguns são conhecidos, outros não. Essas são as pessoas que me inspiraram.
["Conferência na London School of Economics, Londes (2000)", Nelson Mandela (1918-2013)]

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