Hoje ao navegar na web num portal de carros clássicos vi a foto de um Opel Olympia Rekord P2 4 portas, despertou em mim um misto de saudade e gozo pelas recordações daquele que foi o meu primeiro carro.
Comprei o meu primeiro carro em 1981, foi um Opel Olympia Rekord P2 do ano de 1962, com 4 portas e a cilindrada de 1.700 (1680cc com 60cv). Na altura da aquisição o carro tinha 19 anos, apesar de vários conselhos contra, desde o consumo, a idade, assistência, carro grande para a cidade, etc., avancei e adquiri o mesmo por um valor a rondar os 19 mil escudos.
Tinha os bancos corridos à frente e atrás, dava para transportar à vontade 3 pessoas atrás e 3 pessoas à frente porque a caixa de velocidades era no volante e o travão de mão junto ao tablier. O porta bagagens era enorme, com espaço para transportar tudo e mais alguma coisa.
A primeira impressão de condução foi espectacular, pela dimensão, pela visibilidade e conforto, as viagens conseguiam ser pouco cansativas devido à caixa de velocidades ter 3 mudanças - no arranque esgotava a 1.ª, depois metia a 2.ª, depois metia a 3.ª que dava para quase tudo.
Em termos visuais, o carro era muito bonito, o volante e o tablier faziam lembrar cenas de filmes americanos, os cromados. Era sempre com gozo que olhava para baixo quando parava ao pé de um Mini. Muitos e bons momentos foram passados dentro do carro enquanto o tive.
Até que um dia, quando foi o grande temporal dos anos 80, o maior pinheiro que havia no jardim da casa onde moravam os meus pais, caiu, bateu no muro, os dois em conjunto caíram em cima do carro que estava estacionado na rua junto ao muro.
Visto de frente o carro desapareceu, só se via o verde das ramagens do pinheiro.
Quando se começou a cortar e retirar o pinheiro caído e o muro, deu para ver os estragos, eram menores do que se imaginou em resultado da qualidade do carro e da carroçaria. Assim, os estragos foram todos na parte da frente do carro, o guarda-lamas do lado do pendura ficou marcado com o muro - um vinco de mais ou menos um metro, o capot nada sofreu devido ao nível superior dos guarda-lamas, o guarda-lamas do lado do condutor ficou com a marca circular do tronco do pinheiro que bateu com mais força devido ao muro ter servido de alavanca. Os guarda-lamas ficaram algo soltos em baixo.
O facto mais curioso e devido à imensa chuva que caiu foi o facto de os dois pneus da frente terem saído ficando as jantes enterradas na terra assim como os guarda-lamas, penso que o carro se terá deslocado devido ao peso do muro e pinheiro.
Devido à idade do carro, resolvi não investir na sua reparação - basicamente eram os guarda-lamas e pintura, continuei a andar com o carro, continuava a sentir segurança, passou a ter alguns barulhos devido aos guarda-lamas que estremeciam um pouco em andamento. Até que um dia, resolvi oferecer o carro ao mecânico que fazia as revisões ficando com algum crédito para qualquer situação ou necessidade futura, tendo adquirido um Citroën Dyane usado.
OPEL OLYMPIA REKORD P2, foi introduzido no mercado no Verão de 1960 pelo fabricante de automóveis alemão Opel como substituto do Opel Rekord P1. Tinha a mesma distância entre eixos que o P1, mas era um pouco mais longo e largo.
Em termos técnicos, o carro era quase idêntico ao seu antecessor, embora algumas mudanças tenham sido feitas para melhorar a segurança. O porta-luvas ainda ostentava o nome "Olympia", uma referência ao facto de que o modelo predecessor tinha sido usado como o Opel Olympia Rekord até 1959, e um tributo ao Opel Olympia original de 1937.
Em 1960, estavam disponíveis três modelos de carroçaria, um familiar de duas ou quatro portas e uma carrinha de três portas "Caravan". Em Agosto de 1961, a Opel começou a produzir o P2 Coupe, também foram produzidas P2 Pickup.
MOTORES, os motores básicos eram um motor refrigerado a água L4 de 1.488 cc (33 kW), basicamente o mesmo motor desde que foi introduzido pela primeira vez no Opel Olympia em 1937. O motor L4 de 1.680 cc (40 kW), introduzido no P1 em 1959. Na versão "L" mais confortável do P2, a Opel ofereceu a partir de Junho de 1962 um motor "S" de 44 kW.
FOTOS, todas as fotos publicadas foram obtidas na web de variados sites de automóveis clássicos e do fabricante Opel.
O modelo predecessor Opel Olympia Rekord P1 de 1959. |
Modelo de 2 portas |
Modelo de 2 portas Coupe |
Ao todo foram vendidas cerca de 786.000 unidades entre 1960 e 1962, no conjunto dos vários modelos.
Modelo de 2 portas Pickup
Modelo carrinha de 2 portas Caravan |
Vídeo onde se poderá ficar com uma ideia do carro, tablier e
condução. É visível um conta-rotações que não existe no modelo
original, mas poderemos ficar com uma ideia das rotações versus
velocidade.
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Nunca Aprendi a Existir
Tenho as opiniões desmentidas, as crenças mais diversas - É que nunca
penso nem falo nem ajo... Pensa, fala, age por mim sempre um sonho
qualquer meu em que me encarno no momento.
Vem a fala e falo-eu-outro. De meu, só sinto uma incapacidade enorme, um vácuo imenso, uma incompetência ante tudo o que é a vida. Não sei os gestos a acto nenhum real.
Nunca aprendi a existir.
Vem a fala e falo-eu-outro. De meu, só sinto uma incapacidade enorme, um vácuo imenso, uma incompetência ante tudo o que é a vida. Não sei os gestos a acto nenhum real.
Nunca aprendi a existir.
["Nunca Aprendi a Existir" em "Inéditos", Fernando Pessoa (1988-1935)]
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