Nasci em Lisboa num local muito conhecido em São Sebastião da Pedreira. Parte da minha infância foi passada nos Açores concretamente na Ilha Terceira no período de 1960 a 1965, essa fase marcou-me muito (só muito mais tarde é que dei por isso), entre outros, passei a gostar imenso do mar – continua a ser um dos melhores calmantes para mim.
Para mim o mar tem algo de humano porque espelha as várias fases porque todos passamos: calmo, amigo, agitado, revolto, zangado, bravo, etc.
A foto inicial que publico reproduz um dia de tempestade com o mar muito bravo a “abraçar” o cais do porto de Angra do Heroísmo, para quem conhece o mesmo pode imaginar …
Recordação de pessoas simpáticas e amigas
Fomos de barco para os Açores, quando chegamos a Angra do Heroísmo na altura os barcos ficavam ancorados ao largo do porto e as pequenas embarcações locais é que transportavam os passageiros e a carga, por vezes com graves riscos de vida, nesse dia o tempo não estava muito bom e chegamos todos molhados (pai, mãe, eu e irmão mais novo) ao cais do porto. O meu pai tinha que se apresentar na capitania para receber instruções, ficamos ali à espera, passados uns minutos uma senhora veio ter connosco a convidar-nos para irmos para casa dela para mudar de roupa e descansar e para não nos preocuparmos que alguém avisaria o meu pai onde estávamos. Após alguma insistência lá fomos para casa da senhora, tomamos banho, mudamos de roupa e comemos. Passado uma hora e tal lá apareceu o pai, ficamos lá ainda algum tempo antes de irmos para o nosso destino.Ficamos amigos dessa senhora e família.
São acções e atitudes que nunca se esquecem.
Comparações entre passado e presente
A próxima foto foi tirada por mim em 2009 ao antigo cais do porto de Angra do Heroísmo actualmente integrado na marina.
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Antigo cais do porto de Angra do Heroísmo actualmente integrado na marina. |
“Sou ilhéu; e, tanto ou mais do que a
ilha, o ilhéu define-se por um rodeio de mar por todos os lados. Vivemos
de peixe, da hora da maré e a ver navios…”
[Livro "Corsário das Ilhas" de Vitorino Nemésio (1901-1978)]
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